domingo, 25 de outubro de 2015

Dor de verdade é dor de pé torcido dedo quebrado
Roxo sangue pulsando no corpo, lágrimas saindo de todos
os vasos.
Fonte brotando onde era seca jorra agora medos, vontades,
abraços, olhares...
Sentimento escondido não sabe onde para não sabe quando,
quando, quando?
Arrasta este pé que era de caminhar, põe o pé em exposição
numa galeria.
Olha! Veja estes dedos modificados, este inchaço e azulado
Carne quebrada triturada em uma só queda, tentativa de se
equilibrar.
Um só escorregão cinematográfico.
Silêncio! Alguém quer ajudar, uma infinidade de perguntas.
Não admito machucado que dói na carne.
O da alma sabe e dialoga, da carne não, esses não são de anjos.
São de demônios invisíveis que querem mesmo derrubar com
mãos de verdade.
Fazer da gente real, deste mundo de escadas, precipícios e
falsidades
Recuso! Sou forte com lágrimas e mãos que esfregam e curam.
Beijos, abraços, palavras e outras magias que acalmam sempre
que a dor chega.
Nesses momentos sou livre, porque sou forte.

De Asas que Inventei de Helena Soares